Um improviso - para começar
Não me explicas esse sorriso?
Então também não te digo
como é que eu consigo
sorrir sem que vejas
São cócegas de dentro, que nascem dos dedos dos pés e brotam nos pêlos da nuca
E não me ensinas como se beija?
Deixa
Vou deixar-te curiosa
sem te contar
Como é que a minha alma
beija uma rosa
sem que se desfaça
E as pétalas que vejas cair
não caem sem graça
Estão apenas a correr para a cama
escapando do orvalhado
que não as deixa dormir
O Inverno esconde-as de mim
É que assim ainda vão a tempo
de se tapar do frio
que corre da nortada do mar
E lá vão amornando
nos bafejares da tua boca
que lhes toca com esse cetim
Vão a correr enquanto sonham
para não se perderem no ar
Não vá o vento enganá-las
como só ele sabe fazer
àquelas rosas de amar.
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